De Cronos a Kairos: primeira sessom do obradoiro Tribalizando

Na antiga Grecia empregavam-se duas palavras para nomear o tempo. Cronos e kairos representavam diferentes formas de entendê-lo. Assim, o primeiro refere-se ao tempo cronológico ou lineal, enquanto que o segundo é subjetivo e remete ao tempo oportuno. O instante propício, preciso e presente. O momento vivenciado.

Começamos esta viagem polos (auto)cuidados abordando algo tam crucial como a vivência do tempo. Umha dimensom essencial para o autocuidado, na medida em que nos convida a focalizar no aqui-agora e desde ai ser capazes de entregar-nos ao poder regenerador do desfrute.

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A vivência do tempos nas sociedades ocidentais capitalistas patriarcais está recheada de controle e de ansiedade. Tata-se de um recurso esgotável e acumulável que é preciso gestionar, umha unidade de medida para a produçom e o lucro.

Por sua vez, para as pessoas designadas como mulheres à nascença, o tempo é umha dimensom colonizada polas necessidades e demandas alheias. Disso deriva que a sua vivência do tempo seja frequentemente associada ao cansaço (dado que as tarefas acostumam ocupar todo o tempo disponível) ou a culpa (por nom chegar a todo).

Entretanto, noutras latitudes e comunidades o tempo é vivenciado de forma complemente diferente, destacando o seu caráter cíclico e sua profunda relaçom com a natureza, com o Cosmos. De feito, na cosmogonía Maya fala-se do período posterior á conquista como o inicio dum “nom tempo”, “en el cual se da la mayor descomposición, que causa tanto dolor y tanto sufrimiento a la Madre Naturaleza y a las sociedades humanas” (Raxalaj Mayab’K’aslemalil. Cosmovisión maya, plenitud de la vida, 2006).

Nesta primeira sessom achegaremo-nos à noçom biocêntrica do tempo, dado que a vivência representa o núcleo central da nossa proposta metodológica, sendo também um elemento fundamental para o autocuidado.

Propomos abrir-nos a novas vivências do tempo, buscando integrar a sua dimensom quantitativa (necessária para funcionar no dia a dia), com a subjetiva do instante vivido e com a dança do tempo eterno e cíclico.

Mais informaçom e inscriçons: 68 7368 314 / [email protected]

Vagas limitadas. Atividade aberta à pessoas de qualquer identidade de gênero.