É hora de Biodanza

Depois de meses practicamente sem atividade presencial com Biodanza, chegamos ao arranque deste novo curso com as incertezas e os medos à flor de pele. Os que sinto à minha volta e também os meus próprios.

Já nom me identifico com discursos que negam o medo e que o confrontam com imaginários (supostamente desejáveis) de afouteza e ousadia. O medo é umha emoçom útil como todas as demais. O medo vai ligado ao nosso instinto de sobrevivência e à nossa condiçom de seres vulneráveis. Já nom aspiro a nom ter medo. Desejo poder escutar a sua mensagem, extrair a sua essência e fazê-lo manejável. Algo com o que poida conviver de forma amigável. Escutá-lo com toda a ternura e a compreensom que poida ofrecer-lhe, mas tratando que nom me paralise.

Por isso decido voltar a convocar sessons presenciais de Biodanza. Porque o contrário seria para mim estar presa do medo. Seria desatender o que me diz a intuiçom profunda e a minha leitura sobre o estado da corporalidade das pessoas nesta altura. As emoçons tam intensas que vivemos e que ainda estamos a viver estam a impactar profundamente a psicomotricidade, a vitalidade e a expressividade da gente. Vejo corpos rígidos, doloridos, opacos. Vejos movimentos desintegrados, olhares esquivos, um estar no corpo ansioso ou apático. Percebo como este estado que se quer fazer passar por “normalidade” está a filtrar-se na relaçom das pessoas consigo mesmas e com as demais.

Mains levantadas recebendo um raio de luz.
Foto de Luis Dalvan no Pexels

Por tudo isso creio que é hora de Biodanza. Para mim, que segui biodanzando como aluna e como facilitadora, nunca deixou de sê-lo. Mas este momento é de suma importância, dado que se seguimos perdendo em movimento, em vitalidade, em expressividade, em criatividade, em conexom com o prazer, será mais difícil recupera-lo dentro de vários meses.

A Escuela Hispánica de Biodanza, o centro onde me formei como facilitadora, está a oferecer umha serie de vídeos em torno à temática “Biodanza ahora más que nunca”. Aqui podes assisti-los. Neles se partilham as contribuçons que a Biodanza ofere-nos no atual cenário sanitário:

  • conectar com a harmonia, ajudando-nos a enfrentar melhor as situaçons de crise
  • descarregar o estrés e as emoçons difíceis de expressar e digerir, experimentamos umha maior sensaçom de alivio e benestar
  • sintonizar com os ritmos internos e conectar com o corpo, ajudando a viver desde o presente e escoitando as nossas necessidades autênticas
  • cultivar a alegria e o entusiasmo, reforçar a busca de motivaçons para viver
  • ralentizar os movimentos e os biorritmos, facilitando os processos de renovaçom orgânica e reforço do sistema imune
  • exercitar umha forma de expressom verbal sincera, empática, compassiva e sanadora; umha palabra que ilumina as potencialidades das pessoas, ajudando-as e ajudando-nos a medrar.

Esta é só umha pequena escolma. Som muitos mais os beneficios que podemos adquirir com a prática da Biodanza neste momento de crise.

Por isso, em meio à tanto distanciamento social, voltarei a habilitar espaços presenciais. Com todos os cuidados e seguindo as recomendaçons sanitárias. Adaptando a ferramenta para minimizar o contato e as situaçons de risco. Mas também assumindo que ninguém pode garantir umha segurança absoluta e que o desequilíbrio e a busca constante da homeostasis é umha característica dos sistemas vivos. Tudo o que está vivo está em contante movimento e adaptaçom. Por isso para mim estar à espera dumha situaçom absolutamente segura e “normal” nom é umha opçom agora mesmo.

Se sentes que tudo isto che ressoa e desejas por um espaço de movimento e expressom emocional no teu quotidiano, contata para saber mais sobre as classes regulares. Polo contrário, se consideras que a tua situaçom nom é favorável para retomar atividades presenciais e queres experimentar com umha proposta biocêntrica, voltarei a oferecer os encontros on line.

Seja como for, animo-te a buscar algumha ferramenta que se adapte ao teu agora e que che facilite ter um espaço de expressom emocional e liberaçom do movimento. Que nutra a conexom com o vivinte, dado que é um potente fator de resilencia.