Sementando, hoje e cada dia

Hoje as redes sociais estam repletas de conteúdos referentes ao 8 de março. Desde aqui, desde um projeto comprometido com catalizar espaços de liberdade e botrato nom só para as mulheres, senom para as identidades e corpos atirados para as margens da sociedade (incluindo a natureza enquanto organismo vivo que é alvo de tanta violência), nom sabemos muito bem que compartilhar…

Empregamos a Biodanza SRT como umha ferramenta de despatriarcalizaçom e de descolonizaçom. Trabalhamos para dissolver as dinámicas e estruturas de dominaçom. Buscamos resgatar valores que sustentem a vida em comum que tanto precisamos e que o atual cenário de crise ecológica faz imperioso cultivar. Nutrimos a horizontalidade, a cooperaçom, a reciprocidade, a comunicaçom silenciosa e profunda, a ternura, a ledicia, os cuidados, a vulnerabilidade que se faz interdependência. O pertencimento. A responsabilidade com o estar de outres, sem perder a autonomia.

Ilustraçom: Thais Trindade (IG @artivistha)

Continuar lendo…

Aprender a soltar

Vivo o outono, e especialmente a noite de Samhaim, como momentos importantes. Potentes.

Um parêntesis para a reflexom, o discernimento, a lembrança de quem já nom está. Um tempo de olhar para trás para poder projetar o futuro quando chegue a hora propícia. Agradecer polos frutos recolhidos e guardar o necessário.

Foto: Vera Silkina
Continuar lendo…

Trans-ancestralidade e ternura radical

Há um par de meses conheci a Lia García/ La Novia Sirena (IG: @cucaracha_debarrio) ) neste podcast das incríveis Afrochingonas. Lia é pedagoga, artista, contadora de histórias e ativista feminista e polos direitos humanos e da comunidade trans. Mas sobre tudo sinto a Lia como umha mulher combativamente terna, umha artesam das palavras, umha fiadeira da memória ancestral das suas comunidades de pertença e umha alquimista que faz poesia, educaçom, arte e política a partir da resignificaçom de mitos e símbolos arquetípicos.

Desde que a conheci, é umha das minhas figuras de inspiraçom e guiança no sentir, pensar e fazer umha pedagogia biocêntrica para a emancipaçom, a felicidade e os bons viveres. E também converteu-se numa companheira mui querida!

Ilustraçom dumha sereia em branco sobre a bandeira afrotrans, que consta de faixas horizontais nas cores  celeste, rosa, preta, rosa, e celeste.
Ilustraçom tomada do podcast de Afrochingonas (para escutar preme o botom)
Continuar lendo…

Em tempos de escasez vale ainda mais a intençom da semente

Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente.” Maurício Francisco Ceolin

Hoje a chuva escampou depois de dias caindo forte. Saiu um raio de sol chamando ao passeio, a respirar o ar húmido e renovador. Levava ânsia de terra e de verde nos olhos. Tudo ao redor parecia empapado por umha magia diferente essa tarde. O parque de sempre semelhava umha fraga misteriosa e nutricia. E de súpeto vim-na.

Nas hortas que dam colorido e alimento ao bairro vim medrar esta árvore. Conhecim-na quando ainda era feble e desajeitada. Em dias de invernia mesmo parecia que se quebraria com algumha rajada de vento. Nom dava sombra, nom chamava demasiada atençom. Era umha árvore mais.

Continuar lendo…