O bom trato gera prazer, vitalidade e alegria. Sementa umha cultura relacional ética e alimenta um paradigma cultural baseado na equidade, confianza, empatía, ternura, cooperación e sentido de comunidade.
Exercitarmo-nos no bom trato é operativizar a afetividade, umha das linhas de trabalho principais em Biodanza.
Muito se fala de cuidados e autocuidados. Mas como podemos sementar estas práticas no quotidiano quando à nossa volta imperam os ritmos acelerados, a desconexom com os sentires, o anestesiamento do corpo, os automatismos, a preponderância do externo frente ao interno, o esfarelamento dos vínculos? Como fazê-lo sem companhia que acolha e fortaleça, que sustente e que nos faga avançar? Sem a tribo?
É com muita alegria que voltamos a oferecer esta proposta com a que recolhemos tam bons frutos no 2021!
Hoje as redes sociais estam repletas de conteúdos referentes ao 8 de março. Desde aqui, desde um projeto comprometido com catalizar espaços de liberdade e botrato nom só para as mulheres, senom para as identidades e corpos atirados para as margens da sociedade (incluindo a natureza enquanto organismo vivo que é alvo de tanta violência), nom sabemos muito bem que compartilhar…
Empregamos a Biodanza SRT como umha ferramenta de despatriarcalizaçom e de descolonizaçom. Trabalhamos para dissolver as dinámicas e estruturas de dominaçom. Buscamos resgatar valores que sustentem a vida em comum que tanto precisamos e que o atual cenário de crise ecológica faz imperioso cultivar. Nutrimos a horizontalidade, a cooperaçom, a reciprocidade, a comunicaçom silenciosa e profunda, a ternura, a ledicia, os cuidados, a vulnerabilidade que se faz interdependência. O pertencimento. A responsabilidade com o estar de outres, sem perder a autonomia.
Mediante unha metodologia inovadora, lúdica e poderosamente impulsora de mudanças vitais como é a Biodanza. Conhece as nossas propostas!
Na maior parte delas é possível adaptar o número de sessons às necessidades dos grupos. Também podemos combinar as sessons de Biodanza com o trabalho de acompanhamento grupal ou pedagógico.
Foi um ano difícil. Na verdade, já vam três xeiras de muitos desafios por transitar, de muita intensidade. Momentos turbulentos, incertezas. Estar continuamente marcando e despedindo objetivos porque a vida traz outro ritmo, outras prioridades.
A aprendizagem tem sido encontrar os meus pontos de amarre, a minha ancoragem. Isso que me faz sentir em cham firme quando as águas estam revoltas. Um lugar ao que voltar.
Em outubro e novembro desenvolvemos o projeto piloto deste programa. Tam potente foi a experiência que instigou-me a seguir investigando e integrando vivências, intuiçons, descubrimentos.
Desse processo brotou a segunda xeira de Voltar a Ser Corpo. Desta volta, para abordar três aspectos chave para desprender-nos de patróns patriarcais e ir integrando outra forma de estar no mundo.
Muita coisa acontecendo este quatrimestre, tanto no plano pessoal como nesta missom de vida (hai quem lhe chame de “profissom”, para mim é vocaçom e chamado) que me trouxe a Biodanza e outras tecnologias pedagógicas e afetivas de sonho e materializaçom de bons viveres.
Chegamos ao fim de um ciclo. Esta lunaçom traz um tempo de recolhimento para este projeto. Afundaremos nisso, mas antes toca partilhar os frutos do trabalho destes meses. Um deles é o projeto Biodanza para o bom trato.
Vivo o outono, e especialmente a noite de Samhaim, como momentos importantes. Potentes.
Um parêntesis para a reflexom, o discernimento, a lembrança de quem já nom está. Um tempo de olhar para trás para poder projetar o futuro quando chegue a hora propícia. Agradecer polos frutos recolhidos e guardar o necessário.
Amiúde a vida traz um cambio de compasso e toca exercitar-nos na fluidez para ajustar-nos à sua dança. Abraçamos essa dança. E tratamos de atuar em todo o momento em coerência com o principio biocêntrico: a vida e os cuidados precisam estar no centro.
Por isso, e porque no nosso agora a labor de acompahamento de grupos precisa estar acompassada com responsabilidades de cuidados que nos atravessam, queremos anunciar mudanças respeito ao calendário e as atividades dos próximos meses:
Sou o meu corpo na medida em que o sinto, em que o vivo.
Sou um corpo que palpita, que suspira, que se expande e se contrai. Que se rompe, mas que também se regenera. Que conta, muda, atreve-se, agita-se. Que acolhe. Que inspira.